Todos temos seguido atentamente a situação pandémica provocada pelo coronavírus SARSCoV2, causador da Doença Covid19. Efetivamente, é de conhecimento geral as várias consequências na saúde pública, e que neste momento, o Serviço Nacional de Saúde apresenta uma sobrecarga sem precedência.
Portugal, encontrandose na 3ª vaga, pode tirar várias elações, uma das quais sobre a falta de planeamento que devia ter sido devidamente preparado e articulado ao longo dos últimos meses.

O milagre português que tanto foi mencionado na primeira vaga aconteceu, essencialmente, devido ao confinamento antecipado que os portugueses fizeram antes de medidas tomadas pelo Governo. Um ano volvido, e com outras dificuldades económicas e sociais associadas, tornavase imperativo que a governação tomasse medidas corretivas e preventivas que deviam ter sido pensadas, articuladas e
devidamente efetivadas durante os últimos meses. Tal não aconteceu, demasiadas foram as benesses, demasiadas foram as falhas.

A Ministra da Saúde há cerca de duas semanas, quando questionada sobre a abertura tardia de “hospitais de reforço” nomeadamente na região de Lisboa, respondeu “(…) nunca esta realidade foi uma realidade que tivesse sido sequer imaginável como possível no contexto dos planos de catástrofe dos hospitais, leiase nesse sentido o último nível daquele que são os níveis de alerta(…)nós temos camas disponíveis, o que
já não temos ou que muito dificilmente conseguimos gerir são os recursos humanos.”

Na verdade, no final do ano de 2019/início de 2020, nada nos faria prever a dimensão desta nuvem cinzenta que permanece até aos dias de hoje e cuja data de extinção não é possível ser prevista. Porventura, a resposta supracitada da Ministra, digamos que, poderia ser minimamente aceitável às datas anteriormente citadas e nas quais a tal nebulosa nuvem cinzenta ainda não tinha assentado. Todavia, esta resposta não pode, nem deve ser dada com tamanha impudência! Foram previstas outras vagas e não
foram instituídas medidas de contingência e de preparação para futuros agravamentos.

A situação pandémica é por si só, um fenómeno complexo, e por conseguinte, a resposta deve ser completa, ou seja, colmatando esforços multidisciplinares com rigor científico, pondo de parte ideologias
e guerrilhas políticas.

Onde estava o comando político quando esta resposta complexa deveria ser dada? Será que só os outros países podem convergir esforços com os serviços privados e sociais no sentido da prevenção ou de uma resposta imediata a estas falhas? Será que se trata única e exclusivamente de uma batalha travada pelos Profissionais de Saúde, que não precisam apenas de agradecimentos, mas de condições e segurança? Qual o planeamento, qual a preparação e porque não a articulação?

Muitas destas perguntas foram devidamente colocadas pela Ordem de Médicos, pela Ordem dos Farmacêuticos, pela Ordem dos Enfermeiros entre outras, no entanto, nenhuma foi respondida, apenas respostas evasivas baseadas em ideologias políticas que não acompanham a importância e a severidade deste vírus!

Ao contrário do que muitas vezes é feito crer, as falhas não acontecem única e exclusivamente pela falta de recursos humanos, mas sim pela falta da instauração de um plano estratégico/logístico detalhado que possa prevenir os eventos indesejáveis. Objetivos que contemplem maior capacidade de testagem, o acompanhamento devido pelos respetivos Delegados de Saúde, transparência e rigor na exequibilidade
do Plano de Vacinação.

No que diz respeito ao plano de Vacinação, sabese que efetivamente a quantidade de lotes de vacinas que chegam a Portugal não são as desejadas, assim como a outros Países, todavia o que é preocupante, é falta de preparação de um projeto exequível, minucioso e transparente que contemplasse todos os Profissionais de Saúde, Pessoas com idade avançada e/ou com determinadas comorbilidades e/ou outros grupos de risco. É necessária a exigência de pontos de situações oficiais por região e local de trabalho, tanto para os mais diversos Profissionais de Saúde como para os grupos de risco já identificados.

Como foram possíveis as numerosas falhas num programa de vacinação que almejava chegar e que a partir de outubro de 2020 se tornou cada vez mais evidente na União Europeia? Uma task force foi criada tardiamente, e mais uma vez, o governo falhou. Uma task force que em primeira análise não realçou o fator idade como prioritário, ignorando as taxas de mortalidade por Covid19 em pessoas com mais de 80
anos.

Até à primeira semana de fevereiro cerca de 30% dos Profissionais de Saúde do SNS foram vacinados. No entanto, colocase a seguinte questão, “Qual a percentagem dos Profissionais de Saúde que não trabalham no SNS já foi vacinada”?

Profissionais fora e dentro do SNS que também tratam doentes, doentes com Covid19 e doentes com outras patologias, chamados “Doentes não Covid”. Profissionais de Saúde, que independentemente dos lugares onde trabalham são importantes na missão que têm em assegurar a saúde de todos os portugueses, estendendo, portanto, a Farmacêuticos Comunitários que se encontram também eles na linha da frente, não só por todas as funções já previamente desempenhadas, mas porque com a sobrecarga e falha nos serviços de saúde são cada vez mais procurados, assegurando a proximidade e
mantendo a segurança e monitorização da saúde de todos. Outros Profissionais de Saúde como Dentistas e Assistentes Dentários pela própria natureza dos cuidados de saúde oral inerentes.

Esta desorganização presente, não apenas no plano de vacinação, mas também nas medidas tomadas no combate à pandemia, tem demonstrado uma falta de respeito pelos portugueses.

Infelizmente o comando político só cede à pressão quando a mesma é pública, quando as respetivas instituições da sociedade civil escrutinam a atuação do Executivo.

É imperativo que seja reconhecido na ciência, o valor que a própria ciência tem, ultrapassando estigmas presos a ideologias políticas. Trabalhar consistentemente nas melhorias diárias, prevendo, preparando e esperando sempre o melhor!

Proteger a vida das pessoas terá de ser a grande prioridade. Protegendo todos aqueles que se encontram na linha da frente, como aqueles que na retaguarda deste combate, e não menos importantes, se esforçam, a cada dia, para ajudar e tratar doentes com outras patologias.

Efetivamente, prevenir, monitorizar e vacinar são verbos impreteríveis no vocabulário dos dias de hoje. São estas as ações que temos de priorizar para proteger aquilo que de mais importante existe numa sociedade, a VIDA HUMANA.

Espero que os dias que se seguem, sejam melhores que os dias de hoje. Juntos e com a aprendizagem até aqui valorizada, irá ser feito melhor pela saúde de todos!

Mariana Freire,

Coordenadora do Gabinete Desporto e Saúde

Bernardo Chitas

24 anos, Residente na União de Freguesias de S. João das Lampas e Terrugem. Vice-Presidente da JSD Sintra e Coordenador do Gabinete de Comunicação. Empresário e estudante de Gestão.

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